domingo, 9 de janeiro de 2011

MARIA NO CULTO DO SHABBAT


1 - Os padres da igreja que fizeram o grande Concílio Ecumênico Vaticano II, que durou três anos – de 1962 a 1965 – aprovaram um Decreto sobre o Apostolado dos leigos e das leigas. Neste documento eles afirmam que a bem-aventurada Virgem Maria levou, na terra, uma vida igual a vida de todos nós, cheia de cuidados familiares, zelo pela prática religiosa e compromissos de trabalho. Maria de Nazaré pertence para sempre ao povo e ao universo das pessoas pobres e excluídas desde mundo.

2 - A história de Maria assemelha-se à nossa. O chamado especial que ela recebeu para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus, não lhe tornou a vida mais fácil, nem a retiraram da terra. Antes a colocaram mais profundamente na história sofrida e de altos e baixos de seu povo.
3 - O que vamos falar de Nossa Senhora daqui para frente, é através de uma teologia chamada narrativa, isto é, que conta fatos, pequenas histórias e exemplos sobre os costumes de relacionamento familiar e de culto religioso, sugeridos por livros de estudiosos e também em dados bíblicos do Antigo e do Novo Testamento.
4 - Maria vai à Sinagoga aos sábados como todos os judeus, homens e mulheres, iam para rezar. A oração que segue traduz bem o espírito sabático, do tempo de Maria. Rezavam assim: “Queremos acolher o Sábado. Vem com paz, ó Sábado, coroa de teu esposo. Vem com alegria, com cânticos para o meio do Povo predileto. Vem, ó Esposa, vem ó Esposa!”
5 - Era desse jeito que Maria, José e o menino rezavam, quando começava o shabbat, na sexta-feira, com o pôr-do-sol.
6 - Para se preparar para o culto, Maria toma um banho, que é ao mesmo tempo ritual, para se purificar no corpo e no espírito das manchas da semana vivida. Em seguida passa um pouco de unguento perfumando. Esfrega nos cabelos óleo perfumado. A mulher hebréia, para o culto, veste uma túnica festiva que enlaça no corpo com uma fita colorida. Maria é uma mulher hebréia.
7 - Sobre uma túnica ampla e colorida, Maria coloca um véu longo, de linho todo enfeitado com moedinhas no valor de uma dracma. Enfeita-se com um par de brincos em forma de fisco, como fala Cântico dos Cânticos. Põe no pescoço um colar de estrelinhas atribuídas aos escudos de Davi que tinham seis pontas.
8 - Finalmente, Maria amarra as sandálias nos pés, olha-se no espelho e sai em direção a Sinagoga e lá reza junto com sua comunidade de fé. Esta é uma das muitas orações que Maria rezava: “Como são belas tuas tendas, ó Javé! E tuas moradas, ó Santo de Israel! Confiante na tua misericórdia,  entro na tua casa, Senhor, e me prostro diante do santuário de tua glória. Amo as vossas moradas, ó Senhor,o lugar onde habita a vossa majestade!”
9 - Este texto foi escrito pela Irmã Lina Boff, teóloga da Universidade PUC no Rio de Janeiro e extraído da Revista de Aparecida do mês de outubro de 2010.

Texto lido na Festa de Confraternização da Curia Maria Legionis – dezembro de 2010 – Feliz Ano Novo!

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